História para alunos

A Crise do Sistema Colonial

Posted on: fevereiro 11, 2011

A  partir  do  século  XVIII,  a  América  Colonial  passa  a  conhecermovimentos  que  reivindicam  a  separação  política  em  relação  àmetrópole.  Vários  foram  os  fatores  que  conduziram  a  esta  situação,entre eles houve o chamado desenvolvimento interno da colônia. Vamosiniciar o estudo da crise do sistema colonial observando este aspecto.

O desenvolvimento interno do Brasil colônia pode ser constatadopela  e x p a n s ã o   t e r r i t o r i a l e  pelo  desenvolvimento  do  sentimenton a t i v i s t a , que  passou  a  expressar  a  repulsa  dos  colonos  com  oabsolutismo metropolitano.

 

A expansão territorial.

Durante o século XVI, a colonização portuguesa no Brasil limitavase ao litoral brasileiro, região onde se concentrava os engenhos para aprodução do açúcar, e onde se realizava a extração do pau-brasil.

No  século XVII  tem  início o processo de expansão  territorial, ouseja, a interiorização da colonização. Contribuíram para este processoa pecuária, o bandeirantismo, a União Ibérica, as missões jesuíticas e amineração.

PECUÁRIA

Atividade econômica inicialmente ligada à atividade açucareira, ogado expandiu-se em direção ao sertão nordestino- dada a necessidadede  pastagens.  Deve-se  recordar  que  a  pecuária  era  uma  atividadecomplementar  e  essencial por  ser  fonte de  alimentação,  força motriz,meio  de  transporte.  O  gado  também  era  usado  para  a  confecção  decalçados, roupas, móveis e outros utensílios.

A pecuária efetiva a ocupação do Vale do rio São Francisco – o riodos currais – e o sertão nordestino.

Com  a  descoberta  do  ouro,  a  região  de  Minas  Gerais  passa  aconhecer  a  criação  de  gado,  para  abastecer  a  enorme  concentraçãopopulacional.

Na  parte  sul  da  colônia,  o  Rio  Grande  do  Sul,  tem  a  pecuáriadesenvolvida, tendo como principal mercado a região mineradora.

A mão-de-obra da pecuária, como já dissemos, era predominantelivre  –  a  figura  do  vaqueiro  e  do  tropeiro.  No  entanto,  na  região  dasminas os rebanhos não eram criados de foram extensiva, ou seja, soltosnos pastos. Nesta região o gado vivia cercado, sendo utilizada a mãode-obra escrava.

Desta  forma,  a  pecuária  favoreceu  a  ocupação  do  interiorbrasileiro e  foi uma  importante atividade de  integração econômica, aointerligar as diversas regiões.

OS BANDEIRANTES.

F e n ô m e n o   v i n c u l a d o   a   r e g i ã o   d e   S ã o   V i c e n t e ,   o n d e ,diferentemente  das  áreas  coloniais  nordestina,  praticava-se  umaeconomia de subsistência. São Vicente era uma área de muita miséria epobreza.

A  expansão  dos  bandeirantes  foi motivada  pela  necessidade  deprocurar riquezas no interior, tais como metais preciosos e mão-de-obraindígena.

A partir de São Vicente, os colonos iniciam a ocupação do interiordo planalto paulista, sendo esta ocupação marcada pela predominânciade atividades econômicas de subsistência.

A  expansão  patrocinada  pelos  bandeirantes  pode  ser  observadanos chamados “ciclos”.

O ciclo de apresamento indígena.

Em virtude da pobreza na região e dado o alto preço do escravoafricano, foram organizadas expedições para obtenção de mão-de-obraescrava indígena, visando atender as necessidades da pequena lavourapaulista e também vendê-la para regiões próximas. Com a ocupação dosholandeses no nordeste brasileiro,  a  prática de  apresamento  indígenaaumenta. Isto em virtude da ocupação da região fornecedora de negros-  Angola  –  pelos  mesmos  holandeses.  A  dificuldade  de  se  conseguirmão-de-obra  africana,  leva  os  grandes  proprietários da Bahia  a  optarpela mão-de-obra escrava indígena.

Após o fim do domínio espanhol, o tráfico negreiro com a África énormalizado e a atividade de apresamento entra em decadência.

Ao  longo deste  ciclo, houve um  intenso  choque do bandeirantescom  os  jesuítas,  que  tinham  por missão  a  catequização  indígena.  Osbandeirantes  tinham  por  alvos  preferenciais  as  missões  jesuíticas.  Obandeirante Manuel Preto foi o responsável pela destruição das missõesjesuíticas de Guairá, onde 60.000 indígenas foram aprisionados.

O ciclo do ouro.

As  expedições  destinadas  à  procura  de metais  preciosos  tinhamapoio  da  metrópole,  principalmente  após  o  declínio  da  atividadeaçucareira nordestina. A expansão bandeirante desta etapa resultou nadescoberta de ouro na região de Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.

Antônio  Rodrigues  de  Arzão,  em  1693,  encontrou  ouro  emCatagüases  (  Minas  Gerais  ),  Antônio  Dias  de  Oliveira,  em  1698descobriu ouro em Vila Rica e em 1700, Borba Gato encontrou ouro emSabará.  Pascoal Moreira Cabral descobriu  ouro  em Cuiabá, no  ano  de1719 e Bartolomeu Bueno Filho achou em Goiás, em 1722.

O ciclo do sertanismo de contrato

Bandeirantes eram contratados para recapturar negros foragidos eque viviam em Quilombos. Destaque para a expedição do bandeiranteDomingos Jorge Velho, que destruiu o Quilombo de Palmares.

As bandeiras contribuíram, de forma significativa, para a ocupaçãoe  povoamento  do  interior  do  Brasil.  Porém,  foram  responsáveis  peladizimação de muitos grupos indígenas.

A UNIÃO IBÉRICA ( 1580/1640)

A União  Ibérica  favoreceu o processo de expansão  territorial emvirtude do fim do Tratado de Tordesilhas e pela necessidade de expulsãode estrangeiros que invadiram o Brasil durante este período.

A Espanha sustentava longas guerras contra a Inglaterra, a Françae a Holanda.

A presença inglesa

A  Inglaterra não reconhecia o Tratado de Tordesilhas, ocorrendolongas batalhas contra a Espanha, às quais resultaram na destruição daInvencível armada espanhola. Com o domínio espanhol sobre Portugal eas  proibições,  por  parte  dos  reis  espanhóis,  a  qualquer  comércio  quenão fosse ibérico, os ingleses iniciaram uma série de ataques ao Brasil.

O  porto  de  Santos  foi  saqueado  duas  vezes,  como  tambémSalvador e Recife.

A presença francesa.

Os franceses já haviam tentado uma ocupação no Brasil, 1555 e afundação da França Antártica, no Rio de Janeiro. Porém, a presença defranceses  era  uma  constante,  desde  o  período  pré-colonial.  Estesprocuravam se  fixar no  litoral brasileiro, como Paraíba, Rio Grande doNorte e Ceará.

Foi  contudo  no  Maranhão,  que  os  franceses  procuraram  fundaruma colônia – a chamada França Equinocial. Em 1612 foi enviada umaexpedição, chefiada por Daniel de La Touche, que fundou o forte de SãoLuís. As autoridades portugueses organizaram expedições militares paraa expulsão dos franceses, comandadas por Jerônimo de Albuquerque eAlexandre Moura.

A presença holandesa

Portugal e Holanda serem foram bons parceiros comerciais, desdea  Baixa  Idade  Média.  Os  holandeses  tiveram  um  enorme  papel  namontagem do engenho colonial no Brasil, realizavam o financiamento eparticipavam  do  transporte,  do  refino  e  da  distribuição  do  açúcarbrasileiro na Europa.

Com  a  União  Ibér ica,   estas  relações  sof reram  profundasalterações.

Em  1568,  os  holandeses  (  também  conhecidos  por  flamengos),iniciaram uma guerra contra a intervenção da Espanha. Em 1581 surgeas Províncias Unidas dos Países Baixos.

Por   conta  disto,   Fi l ipe  I I   proíbe  que  as  colônias  ibér icasmantivessem  comércio  com  os  flamengos.  Em  virtude  dos  enormeslucros holandeses na economia açucareira, no ano de 1621 foi fundada aCompanhia das Índias Ocidentais, com o objetivo de ocupar as regiõesprodutoras de açúcar no Brasil.

A  primeira  tentativa  de  ocupação  deu-se  no  ano  de  1624,  naBahia- um grande centro produtor de açúcar – Em 1625 os holandeseseram derrotados e expulsos da Bahia, episódio conhecido como Jornadados Vassalos.

No entanto, no ano de 1630 ocorreu uma Segunda invasão, destavez  em Pernambuco, e os holandeses não  encontraram  resistência. Ogovernador  de  Pernambuco,  Matias  de  Albuquerque  organizou  umaresistência,  destacando-se  o  Arraial  do  Bom  Jesus.  Esse  movimento,baseado na tática de guerrilha, foi desfeito, graças a ajuda de DomingosFernandes  Calabar,  que  denunciou  aos  holandeses  a  localização  doprincipal núcleo de resistência.

Os  holandeses  ficam  no  Brasil  até  o  ano  de  1654,  e  realizaramuma extensão territorial, conquistando o Rio Grande do Norte, Paraíba,Sergipe e parte do Ceará- foi o chamado Brasil holandês.

Este Brasil holandês será governado por Maurício de Nassau, quepermanece no cargo entre 1637 e 1644. Neste período  foi normalizadaa  produção  açucareira-  mediante  uma  política  de  concessão  deempréstimos.  Visando  suprir  a  região  com  mão-de-obra,  foramconquistadas praças fornecedoras de escravos, tais como Angola e SãoTomé.

Nassau  destacou-se  por  urbanizar  a  cidade  de  Recife,  pelaconstrução de um observatório astronômico, teatros e palácios. Sob seugoverno  foram  realizados  estudos  sobre  a  fauna  e  flora  tropicais,destacando-se os nomes de Frans Post, Albert Eckhout e William Piso,que escreveu um tratado sobre medicina brasileira.

Os holandeses permitiram a liberdade de culto, para evitar conflitocom os portugueses e os colonos brasileiros.

Em 1640,  inicia-se em Portugal um movimento contra o domínioespanhol, a chamada Restauração. Os portugueses recebem apoio dosholandeses, sendo por isto assinado um acordo, a Trégua dos Dez Anos(1641). Desta  forma, os holandeses continuavam seu domínio sobre oBrasil.

As  despesas  com  as  guerras,  levaram  a  Companhia  das  ÍndiasOcidentais a adotar uma política financeira mais rigorosa em relação aoBrasil  holandês,  iniciando  a  cobranças  dos  empréstimos  feitos  aosenhores. Maurício de Nassau, não concordando com a nova política foidemitido  em  1644,  e  as  relações  entre  os  holandeses  e  a  populaçãoficaram  tensas,  iniciando  o movimento pela  expulsão dos holandeses,conhecido como Insurreição Pernambucana (1645/1654).

A expulsão dos holandeses do Brasil vai acarretar uma séria crisena  economia  colonial.  Os  holandeses  irão  implantar  a  empresaaçucareira em suas colônias das Antilhas. A concorrência faz com que oBrasil perca a supremacia na produção do açúcar.

AS MISSÕES JESUÍTICAS

Os jesuítas estavam no Brasil para, entre outras coisas, catequizaros indígenas. Isto dava nas chamadas missões, que eram aldeamentosindígenas.  Tais  missões  localizavam-se,  em  sua  grande  maioria,  nointerior da colônia.

A MINERAÇÃO

Foi uma atividade econômica que intensificou ocupação do interiordo Brasil, lembre-se que o ouro  foi encontrado em Minas Gerais, MatoGrosso e Goiás.

Além  destes  fatores,  acima  mencionados,  podemos  citar  aeconomia  das  drogas  do  sertão,  como  cacau,  baunilha,  pimenta,guaraná, cravo, castanha, ervas medicinais e aromáticas – responsáveispela ocupação da Amazônia. Destaque para os  jesuítas, que  fundaramuma série de missões na região e irão explorar a mão-de-obra indígenapara a extração dos produtos.

Assim, a pecuária, os bandeirantes, o período da União Ibérica, aação  das  missões  religiosas  e  a  mineração;  patrocinam  a  expansãoterritorial  da  colonização.  Há  um  dinamismo  econômico  maior,  há  aformação  de  núcleos  populacionais  e  o  desenvolvimento  de  classess o c i a i s   i n t e rme d i á r i a s .   E s t e s   e l eme n t o s ,   s oma d o s   à   o p r e s s ã ometropolitana,  contribuíram  para  o  desenvolvimento  do  nativismo  -rebeldia contra o absolutismo lusitano, gerando as chamadas RebeliõesNativistas.

 

As rebeliões nativistas.

 

Movimentos  caracterizados  por  rebeldias  contra  o  aumento  dofiscalismo  português  após  a  Restauração  (1640).  Para  sair  da  crisefinanceira  imposta  pelo  domínio  espanhol,  Portugal  enrijece  o  pactocolonial,  com  a  criação  do  Conselho  Ultramarino.  É  contra  esta  novapolítica que os colonos se posicionam.

Os  movimentos  nat ivistas  foram  de  caráter   local   e  nãoreivindicavam a independência da colônia. Refletem o conflito entre osinteresses da metrópole – o chamado centralismo – e os interesses doscolonos – o chamado localismo.

A  Insurreição  Pernambucana  é  tida  como  a  responsável  pelodespertar do sentimento nativista, visto que, ao longo de sua ocorrênciaregistraram-se  divergências  entre  os  colonos  e  os  interesses  daMetrópole.

ACLAMAÇÃO DE AMADOR BUENO ( 1641 )

Movimento onde Amador Bueno da Ribeira foi aclamado rei de SãoPaulo.  Este  fato  está  relacionado  como  uma  ameaça  aos  interessesespanhóis na região.

BOTADA DOS PADRES PARA FORA ( 1641 )

Episódio  relacionado  com  as  tensões  entre  colonos  e  jesuítas,  arespeito  da  escravidão  indígena.  No  ano  de  1641,  parte  dos  colonospaulistas expulsão os  jesuítas. O episódio repete-se no Pará ( 1661) eno Maranhão (1844)

A REVOLTA DE NOSSO PAI ( 1664/65)

Uma revolta dos  colonos  contra o governador de Pernambuco, oportuguês Jerônimo de Mendonça, acusado de corrupção.

A REVOLTA DE BECKMAN ( 1684 )

Ocorrida  no  Maranhão  e  liderada  pelos  irmãos  comerciantes,Manuel  e  Tomás  Beckman,  contra  a  Companhia  de  Comércio  doMaranhão, que exercia o monopólio do comércio e do tráfico negreiro. ACompanhia não cumpria seus objetivos, levando os colonos a suprirem afalta  de  mão-de-obra  escravizando  os  índios.  Isto  gerou  um  novoconflito, desta vez com a Companhia de Jesus.

A GUERRA DOS EMBOABAS ( 1708/1709)

Ocorrida  em  Minas  Gerais,  resultado  das  rivalidades  entre  oscolonos  paulistas  e  os  “emboabas”  –  forasteiros  que,  sob  proteção  dametrópole, exerciam o monopólio de diversas atividades comerciais.

A GUERRA DOS MASCATES ( 1710 )

Desde a expulsão dos holandeses de Pernambuco, a aristocraciarural  de  Olinda  estava  em  decadência  econômica.  No  entanto,  Olindacontinuava  a  controlar  a  capitania  de  Pernambuco  através  de  suaCâmara Municipal.

Enquanto Olinda passava por uma crise econômica, o povoado deRecife  –  submetido  à  autoridade  da  Câmara  de  Olinda  –  estavaprosperando, graças ao crescimento da atividade comercial. O comércioera  exercido  por  portugueses,  conhecidos  por  ma s c a t e s.  Estesemprestavam dinheiro a juros aos proprietários de terras de Olinda.

Em 1703 o povoado de Recife   conquista o direito de vila, tendosua  autonomia  política  em  relação  a  Olinda.  Não  aceitando  a  novasituação  os  proprietários  de  terras  atacaram  Recife  e  destruíram  opelourinho- símbolo da autonomia.

Os  conflitos  estenderam-se  até  1711  quando  a  região  foipacificada e Recife passou a ser a sede administrativa de Pernambuco.

A REVOLTA DE VILA RICA (1720)

Também conhecida como Revolta de Filipe dos Santos, ocorreu emMinas  Gerais  contra  o  excessivo  fiscalismo  português, marcado  pelosaumentos dos impostos e pela criação das Casas de Fundição.

A s   r e b e l i õ e s   n a t i v i s t a s ,   c omo   s e   v i u ,   n ã o   d e f e n d i am  aemancipação  política  do Brasil  em  relação  a  Portugal.  No  entanto,  aolongo  do  século  XVIII,  motivados  pelo  desenvolvimento  interno  dacolônia  e  por  fatores  externos,  a  colônia  será  palco  dos  chamadosmovimentos  emancipacionistas,  que  tinham  como  principal  meta  abusca da independência.

Os movimentos emancipacionistas.

Foram influenciados pelo desenvolvimento interno da colônia e porfatores externos, tais como o Iluminismo, com seu  ideal de  liberdade,igualdade  e  fraternidade;  a  Independência  dos  EUA,  que  servirá  deinspiração a  toda América  colonial; a Revolução  Industrial ocorrida naInglaterra,  e  a  necessidade  de  ampliar  mercados  consumidores  efornecedores,  surgindo  o  interesse  de  acabar  com  os  monopólios;  aRevolução Francesa,  que  pôs  fim  ao  Antigo  Regime  e  a  chamada  E r aNapoleônica, período de consolidação dos ideais burgueses.

INCONFIDÊNCIA MINEIRA (1789)

Movimento que ocorreu em Minas Gerais e teve forte influência doIluminismo e da independência dos Estados Unidos da América.

Este  movimento  separat ista  está  relacionado  aos  pesadosimpostos  cobrados  por  Portugal,  especialmente  a  decretação  daderrama.

Os conjuras, em sua maioria, pertenciam a alta sociedade mineira.Entre  os  mais  ativos  encontram-se  Cláudio  Manuel  da  Costa,  TomásAntônio  Gonzaga,  Inácio  José  Alvarenga,  José  de  Oliveira  Rolim  e  oalferes Joaquim José da Silva Xavier.

Entre os objetivos estabelecidos pelos conjuras estavam a criaçãode  um  regime  republicano,  tendo  a  Constituição  dos  Estados  Unidoscomo  modelo,  o  apoio  a  industrialização  e  a  adoção  de  uma  novabandeira, tendo ao centro um triângulo com os dizeres: Libertas quaesera  tamen,  quem  em  latim,  significa  “Liberdade  ainda  que  tardia”.Quanto à questão da escravidão nada ficou definido.

O  movimento  ficou  apenas  nos  planos  das  idéias,  pois  ele  nãoaconteceu.  Alguns  de  seus  participantes  denunciou  o movimento,  emtroca do perdão de seus dívidas.

O governador – visconde de Barbacena – suspendeu a derrama einiciou  a  prisão  dos  conspiradores,  que  aguardaram  o  julgamento  naprisão.  Apenas  Tiradentes  assumiu  integralmente  a  responsabilidadepela conspiração, sendo por  isto, condenado à morte no ano de 1792,sendo enforcado no dia 21 de abril, na cidade do Rio de Janeiro.

Outros  conspiradores  foram  condenados  ao  desterro  e  CláudioManuel  da  Costa  enforcou-se  na  prisão.  Acredita-se  que  tenha  sidoassassinado pelos carcereiros.

CONJURAÇÃO CARIOCA ( 1794 )

Inspirada  pela  Revolução  Francesa,  os  conjuras  fundaram  aSociedade  Libertária  para  divulgação  dos  ideais  de  liberdade.  Omovimento  não  ultrapassou  de  poucas  reuniões  intelectuais,  quecontavam  com  a  presença  de  Manuel  Inácio  da  Silva  Alvarenga  eVicente Gomes.

Foram  denunciados  e  acusados  de  criticarem  a  religião  e  ogoverno metropolitano.

A INCONFIDÊNCIA BAIANA ( 1798 )

No século XVIII, em virtude da decadência da economia açucareirae da transferência da capital da colônia para o Rio de Janeiro, em 1763,a  Bahia  passava  por  uma  grave  crise  econômica,  atingindo  toda  apopulação baiana, especialmente as camadas inferiores, constituída porex-escravos,  pequenos  artesãos  e  mestiços.  Contra  esta  situaçãohaviam manifestações, através de ruaças e motins.

No ano de 1797 é fundada, em Salvador, a primeira loja maçônicado Brasil – Loja dos Cavaleiros da Luz -, que se propunha a divulgar os”abomináveis princípios franceses”; participavam das reuniões os nomesde Cipriano Barata e Francisco Muniz Barreto. Os intelectuais contaramcom grande apoio de elementos provenientes das camadas populares,destacando as figuras de João de Deus do Nascimento, Lucas Dantas eLuís Gonzaga das Virgens.

A  partir  de  1798,  circulam  panfletos  dirigidos  à  população,conclamando  a  todos  a  uma  revolução  e  a  proclamação  da RepúblicaBaiense.  Os  panfletos  defendiam  a  igualdade  social,  a  liberdade  decomércio,  o  trabalho  livre,  extinção  de  todos  os  privilégios  sociais  epreconceito de cor.

Este movimento apresenta um forte caráter social popular, sendopor isto também conhecido como a “Conjuração dos alfaiates”.

 

O Estado português no Brasil.

 

No  ano  de  1808,  a  família  real  portuguesa  chega  ao  Brasil,inaugurando uma nova era política-administrativa na colônia e abrindocaminho para a ruptura definitiva dos laços entre metrópole e colônia.

A transferência da Corte portuguesa para o Brasil.

A  vinda  da  família  real  e  da  Corte  portuguesa  para  o  Brasil  foiconseqüência  da  conjuntura  européia  do  início  do  século  XIX.  Nestemomento,  Napoleão  Bonaparte  procurava  enfraquecer  a  Inglaterra,mediante a imposição do Bloqueio  Continental, pelo qual, nenhumanação da Europa Continental poderia manter relações comerciais com aInglaterra.

Como  Portugal  era  dependente  economicamente  da  Inglaterra,não conseguiu cumprir as determinações do Bloqueio Continental, sendopor isto invadido pelo exército francês.

Com a ajuda do embaixador inglês em Lisboa, Lord Strangford, D.João transferiu-se, no dia 29 de novembro de 1807, para o Brasil – comsua Corte  e por  cerca de 15.000 pessoas. No dia 30 de novembro  asforças francesas, comandadas pelo general Junot, invadiam Lisboa.

s francesas, comandadas pelo general Junot, invadiam Lisboa.D. João chegou à Bahia em 22 de janeiro de 1808, dando início auma nova etapa na História do Brasil.

ADMINISTRAÇÃO JOANINA NO BRASIL ( 1808/1820 )

28/01/1808- Abertura dos Portos às Nações Amigas.

Decreto  que  pôs  fim  ao  monopólio  luso  sobre  o  comérciobrasileiro.  A  principal  interessada  na  medida  era  a  Inglaterra,  quep r o c u r a v a   amp l i a r   o   me r c a d o   c o n s umi d o r   d e   s e u s   p r o d u t o smanufaturados.

01/04/1808- Alvará de Permissão Industrial.

Concedia  liberdade  para  o  estabelecimento  de  indústrias  emanufaturas  na  colônia.  Tal  medida  não  se  efetivou  em  virtude  da concorrência dos produtos ingleses – principalmente após 1810 – e pelaconcentração de recursos na lavoura exportadora.

1810 – Tratados de Aliança, Comércio e Navegação.

Assinados com a Inglaterra e teriam validade por 14 anos. O maisimportante  deles  é  o  Tratado  de  Comércio,  que  estabelecia  taxa  deapenas  15%  sobre  a  importação  de  produtos  ingleses;  produtosportugueses pagariam uma  taxa de 16% e produtos de outras naçõespagar iam  24%.   Os  súdi to  ingleses  ainda  ter iam  o  di rei to  deext rater r i tor ial idade,   ou  seja,   cont inuar iam  submet idos  às  leisbritânicas.  O  tratado  determinava  que  o  governo  português  deveriaabolir o tráfico negreiro.

Com  este  acordo,  o  mercado  brasileiro  passou  a  ser  dominadopelos ingleses- desde panos e ferragens até caixões de defunto e patinspara gelo!

16/12/1815-  Elevação  do  Brasil  a  Reino  Unido  a  Portugal  eAlgarves.

O novo estatuto jurídico representava um passo a mais em direçãoà emancipação política.
Outras  medidas  de  D.  João  –  fundação  do  Banco  do  Brasil;instalação  de  ministérios,  tribunais,  cartórios;  criação  da  ImprensaRégia,  surgindo  os  primeiros  jornais  brasileiros:  A  Gazeta  do  Rio  deJaneiro (1808) e A idade D’Ouro do Brasil, em Salvador (1810); criaçãode escolas, bibliotecas; o Jardim Botânico etc..

Destaque para a Missão  Artística  Francesa, uma missão  culturalque visitou o Brasil a convite de D. João. O mais famoso desta missãofoi  Jean  Baptist  Debret,  que  deixou  várias  pinturas,  desenhos  eaquarelas, retratando os costumes do Brasil joanino.

A REVOLUÇÃO PERNAMBUCANA ( 1817 )

As  dificuldades  econômicas  do  Nordeste  somadas  aos  pesadosimpostos  cobrados  após  a  chegada  da  famí l ia  real   ao  Brasi l ,contribuíram para a eclosão de outro movimento separatista, desta feitaem Pernambuco e ano de 1817.

O  aumento  dos  impostos,  para  custear  os  gastos  da monarquiainstalada no Rio de Janeiro, gerou profunda  insatisfação dos colonos -que  enfrentavam  dificuldades  econômicas.  Somadas  às  idéias  deliberdade e igualdade que agitavam a Europa e a América, em março de1817 tem início a conspiração, com a criação do Governo Provisório. Omovimento recebeu a adesão da Paraíba e do Rio Grande do Norte.

A  Lei Orgânica,  publicada  pelo  governo  republicano  destacava  aigualdade de direitos e  a garantia da propriedade privada. Entre  seuslíderes, destacaram-se Domingos José Martins e o padre Miguel Joaquimde Almeida e Castro. O novo governo decretou também a extinção doimpostos.

No entanto, este movimento, de caráter republicano, separatista eanti-lusitano  fracassou,  não  obstante,  deixou  profundas  raízes  nasociedade  pernambucana,  que  anos  mais  tarde  (  1824  )  revolta-senovamente.

POLÍTICA EXTERNA

-Ocupação da Guiana Francesa, em 1809, num ato de represália aNapoleão Bonaparte. A região foi devolvida em 1817;

-Anexação  da  Cisplatina,  como  pretexto  de  salvaguardar  osinteresses espanhóis. Carlota Joaquina era irmã de Fernando VII, que foideposto por Napoleão Bonaparte.

REVOLUÇÃO DO PORTO (1820)

Movimento marcado por um duplo caráter. De um lado, mostravase  liberal,  acabando  com  o  absolutismo  português  e  elaborando  umaConstituição que limitava os poderes do rei e ampliava os poderes dasCortes ( o Parlamento ). Por outro lado, era um movimento de caráterconservador,  visto  que  a  burguesia  lusitana  pretendia  recolonizar  oBrasil.

Por força da revolução, D. João VI retorna a Portugal e deixa seufilho, Pedro, como príncipe regente do Brasil.

Contra a tentativa de recolonização do Brasil surgiram dois grupospolíticos: o Partido Português, composto por grandes comerciantes emilitares portugueses  e  que  defendiam  as  propostas da Revolução  doPorto e o Partido  Brasileiro,  formado  por  fazendeiros  escravistas  ecomerciantes  brasileiros  e  atuaram  pela  independência  do  Brasil.  Osprincipais  nomes  deste  grupo  eram  José  Bonifácio,  Gonçalves  Ledo  eClemente Pereira.

A REGÊNCIA DE D.PEDRO (1821/22)

09/01/1822-  Dia  do  Fico  –  Respondendo  com  o  Fico  após  umapetição com oito mil assinaturas e desobedecendo ás ordens da Corte deretornar a Portugal.

04/04/1822-  decretado  o  “Cumpra-se”,  onde  nenhum  ato  dasCortes teriam validade no Brasil.

13/05/1822-  D.  Pedro  recebe  o  título  de  Defensor  Perpétuo  doBrasil.

0 3 / 0 6 / 1 8 2 2 –   D .   P e d r o   c o n v o c a   u m a   A s s e m b l é i a   G e r a lConstituinte, uma declaração formal de independência.

07/09/1822- D. Pedro proclamou a independência às margens doriacho do Ipiranga.
A proclamação da independência do Brasil não provocou rupturashistóricas,  ou  seja,  o  Brasil  manteve  a  estrutura  legada  do  períodoc o l o n i a l ,   q u a l   s e j a ,   a   p e rma n ê n c i a   d o   l a t i f ú n d i o   mo n o c u l t o rescravocrata, voltado para atender os interesses do mercado externo

A monarquia foi mantida como forma de manter os privilégios daclasse dominante brasileira.

 

 

 

 

Deixe um comentário

CALENDÁRIO DE ARTIGOS

fevereiro 2011
S T Q Q S S D
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
28  

Artigos Postados

MAIS ACESSADOS

  • Nenhum

ÍNDICE DE VISITAS

  • 82.347 Visitas